…o Dinheiro!.
…esta é uma pequena “sátira”, a nós Emigrantes, que trabalhamos, trabalhamos, uma vida inteira e, depois, o que amealhámos, talvez compre tudo, menos a saúde, que alguns de nós vamos perdendo!
…este pequeno, rectângulo de papel,
controla-me a mim, e a quem chegar,
trabalhei por ele, largando minha pele,
fiquei doente, não me posso curar!
…queria ser rico, procurando dinheiro,
tirava à saúde, para amealhar,
era noite e dia, no gelo ou braseiro,
fiquei doente, não me posso curar!
…passei ao lado, da vida vivida,
os filhos cresceram, e foram casar,
queria viver, ser rico na vida,
fiquei doente, não me posso curar!
…trabalhei, por anos, aforrando dinheiro,
já havia algum, mas não para dar,
aos filhos comprei, um bom mealheiro,
fiquei doente, não me posso curar!
…ao Banco eu ia, com o meu “pé de meia”,
todas as semanas, depositar,
aquela quantia, que tinha na ideia,
fiquei doente, não me posso curar!.
…para quê a ganância, que então sentia,
sempre ir ao Banco, aforrar, aforrar,
como um desgraçado, trabalhar noite e dia,
fiquei doente, não me posso curar!
…toda essa poupança, amaldiçoada,
não a usei eu, ou quem a devia usar,
os filhos viveram, quase sem nada,
fiquei doente, não me posso curar!
…no meu pensamento, o dinheiro primeiro,
aforrando sempre, sem nunca gastar,
o maldito Banco, com o meu dinheiro,
fiquei doente, não me posso curar!.
…queria dinheiro, ser um homem rico,
mas a saúde, ninguém pode comprar,
caros amigos, com esta me fico,
fiquei doente, não me posso curar!.
Tony Borie, Outubro de 2014.