…eles crescem!

…eles crescem!

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…eles, crescem!

…andando aqui pelo norte, temos repartido o nosso tempo pelos estados de Pennsylvania e New Jersey, mais em New Jersey do que em Pennsylvania!.

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…hoje, o sistema de educação é bem diferente, no nosso tempo de crianças, não havia tempo para escola, era trabalho, principalmente na agricultura, pois os filhos, faziam parte da força de trabalho, que era usada para sustento da casa, foi assim que crescemos, foi assim que chegámos ao dia de hoje, com muito poucos anos de escola!

Já lá vai alguns dias, a Kathy, a dedicada esposa do nossa filho Tony, portanto mãe de um dos nossos netos, disse-nos:

– Vôvô, vôvô, o seu neto Cody, vai ter o seu primeiro “recital”, na Stroudsburg Wesleyan Church, que é um Creativo Centro de Ensino, ou seja, uma pré-escola, onde ministram experiência académica, espiritual, recreativa e social, para crianças com idade entre os 2 e 5 anos!.

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…lá fomos, e o Cody, junto de outras crinças da sua idade, cantou, bailou e, riu-se para a mãe, para o pai, para o irmão Dawson, para as avós e para os avôs, pois os pais da Kathy, vieram de Portugal e também estiveram presentes e, todos lhe tiravam muitas fotos!.

No futuro, vamos ter homem, com experência de palco!

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…em New Jersey, o nosso neto, Brian Anthony, completou um ano de idade!.

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…os pais, a nossa filha Sandy e o seu marido Brian, convidaram muitos amigos da família, reuniram-se num restaurante, houve festa, todos festejaram, as crianças tiveram divertimentos apropriados para a sua idade, ministrados por profissionais, tios, primos, pais e avós, também se divertiam, enquanto o Brian Anthony, dormia!

Que mais poderemos querer nós, estamos no norte, é Natal, família, amigos, convívios, cidade, neve e, os netos a crescerem!.

Tony Borie, Dezembro de 2014.

…um feliz dia de anos!

…um feliz dia de anos!

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Já lá vão 40, talvez 45 anos, ela, era jovem, bonita, (ainda é) e educada, falava uma língua esquisita, era o inglês, ele, era um homem de montanha, pois nasceu na montanha agreste de uma serra das beiras, era veterano e combatente de acção, sobrevivente  da guerra do Ultramar, conheceu-a, conquistou-a, namorou-a e levou-a ao altar, fazendo dela a sua esposa e companheira, perante Deus e os homens, para o resto da sua vida!.

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Ela, é a Natércia!

É a “Tesse”, para a família e amigos mais íntimos!

Ele, é o Jorge, pessoa sempre pronta a judar outros e, verdadeiro homem de família!

Juntos, criaram uma família que já vai na terceira geração!.

O Jorge, com a colaboração da restante família, organizou um “surprise party”, comemorando o 70th. Aniversário da sua “Tesse”, juntando a família e alguns amigos, alguns vindo de outros estados, como foi o nosso caso, houve muita alegria, muito convívio,  todos lhe dedicaram muito carinho e amor e, a Natércia, a “Tesse”, para os mais íntimos, deixou cair algumas lágrimas, lágrimas não só de alegria, mas também de emoção, por ver junto de si, quem mais adorava e, no meio de toda aquela manifestação de amor e carinho, por alguns momentos, também sorriu, sorriu duas ou três vezes, quando ouviu uma descendente, já de terceira geração, dizer-lhe:

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Vóvó, vóvó, este é o meu namorado!.

Bem hajas, Natércia, “Tesse”, para os mais íntimos, por muitos e bons anos, vivendo esta linda idade de ouro, junto de todos aqueles, que trazes contigo, no teu coração!.

Tony Borie, Dezembro de 2014.

…a nossa Árvore de Natal!

…a nossa Árvore de Natal!

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Um feliz Natal a todos!.

Temos convivido com a família e com os amigos, da-mos graças por  todo o bem, que o Criador nos tem dado, nos tem contemplado!

Viemos ao Norte, é quase como dizer, saímos da floresta, da praia, do sol, do interior, talvez da aldeia, regressando à cidade, é tempo de Natal, é norte, há neve!.

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…temos andado numa bendita azáfama, quase todos os dias vimos pessoas e lugares, de quem já tínhamos saudades, hoje, quase ao fim do dia, da nossa janela, vimos o nosso quintal, que olha a cidade, uma cidade que se retirou para dentro de si, deixando finalmente de ser grande, talvez de ser um país, dentro do seu próprio país!.

Olho mais ao perto, vejo remoinhos de neve, alguma folhagem, que a natureza empurrou para junto da neve, existe um pequeno arvoredo, algumas árvores, pequenas, grandes, parecem árvores de Natal, a neve enfeita os seus ramos, alguns parecem cristais, lá fora, deve fazer alguma aragem, talvez fria, que faz voar a folhagem  num rodopio, dançando em volta das árvores, que parecem “Árvores de Natal”!

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Aconchego-me na cadeira, aperto a camisola em volta do meu corpo, o cenário no quintal, transmite-me algum frio, a camisola é verde, faz-me lembrar a minha juventude, um pouco rebelde, quando era conhecido na vizinhança da minha aldeia, lá na Europa velha e distante, como “o rapaz da camisola verde”!

O rodopio daquela folhagem não está definido, voa sem direcção, indica o sul, leste, ou oeste, mas eu vim para o norte, para ver a neve, para a companhia da família, para junto de alguns amigos, que por aqui ficaram no norte, alguns sem norte, outros com muito norte!.

Mas o estranho é que na cidade, lá ao longe, que parece que se retirou para dentro de si, não vejo “Árvores de Natal”, vejo algumas luzes, aqui e ali, chaminés, de onde sai algumas nuvens de fumo, parece-me um amontoado de cimento, ainda mais frio do que a neve, alguns edifícios sobressaiem, em direcção ao infinito, em direcção a nada, onde eu penso que já perderam o norte!.

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Voltando à minha cadeira, em frente da minha janela, por momentos, vejo pessoas daquela cidade, que se retirou para dentro de si, que me parece um amontoado de cimento, ainda mais frio do que a neve, onde alguns edifícios sobressaiem, em direcção ao infinito, em direcção a nada, onde penso que já perderam o norte, que me querem comprar as minhas “Árvores de Natal”, que existem em frente a mim, no meu quintal, onde a neve enfeita os ramos, alguns parecem cristais, onde a folhagem voa em rodopio, nesse momento, volto a ser  “o rapaz da camisola verde”, fico furioso, e digo-lhes não, estas “Árvores de Natal”, não estão à venda, são a minha família, são alguns dos meus amigos, são parte da natureza, são entre outras coisas, os homens, mulheres e crianças,   um abrigo para os mais desprotegidos, para os animais, para as aves, pois elas fazem parte do maravilhoso cenário, que por enquanto vai enfeitando o planeta, a que vamos chamando Terra!.

Tony Borie, Dezembro de 2014.

…os amigos em New Jersey!

…os amigos em New Jersey!

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…nesta nossa viagem pelo norte, além da família, visitámos a Fernanda e o Fernando dos Santos, um casal que vive a idade de ouro, num lindo “Rancho”, numa pequena vila, onde nos fez um pequeno “tour”, mostrando o sossego e uma bonita paisagem, numa praia de New Jersey!.

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…a  Fernanda, foi por alguns anos companheira e amiga da Isaura, pois exerciam as suas funções profissionais numa multinacional em New Jersey e, o Fernando, era aquela pessoa que por mais de trinta anos, foi editor e, nos redigia as notícias no jornal Luso-Americano, que se publica em Newark, era ele que “estava em todas”, procurando dar as notícias em primeira mão, que nos interessavam, pois podia fazer chuva, frio sol ou cair neve, estava lá sempre, colaborando para que este prestigiado jornal, viesse cá para fora duas vezes por semana, sempre com motivos de interesse, o que não devia ser tarefa fácil!.

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…uma boa amizade não precisa de conversação diária, nem sempre precisa de seguir aquele ditado que diz, “um bom vinho é uma maneira excelente para prolongar uma conversa”, vinho esse, com que a Fernanda e o Fernando nos presentiaram, além de outros petiscos, onde incluía o típico caldo verde português, pois quando se fala com alguém com educação superior, que mantém uma conversação que exprime cultura, bom senso, com muitos anos de experiência no fenómeno da emigração, escritor, jornalista credenciado, que na área da comunicação, sempre se dirigiu a um público, na sua maioria emigrante, tansmitindo-lhe notícias, que podiam ser boas ou más, sempre levavam um “toque”, que as tornavam fáceis de compreender, fáceis de assimilar e, sempre levavam uma mensagem de esperança, que é uma palavra que o emigrante, que se encontra longe do seu país, normalmente gosta muito de ouvir!.

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…o Fernando, completando uma lacuna que estava aberta na comunidade portuguesa em New Jersey e não só, exprimindo toda a sua experiência, vivida junto desta mesma comunidade, escreveu um livro, que é um perfeito documento, onde descreve a experiência do típico emigrante português, que teve a coragem de um dia atravessar o Atlântico, deixando a sua aldeia, vila ou cidade, lá em Portugal, começar aqui uma nova vida, que podia ser de sucesso ou não sucesso, mas uma certeza é que este seu livro, já é um sucesso e, no futuro vai ser um documento precioso, que vai fazer parte da história do fenómeno da emigração portuguesa para os USA, onde muitos foram verdadeiros heróis e, estavam no anominato, pois muitos de nós nunca deles tínhamos ouvido falar!.

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…ele, sempre amável colocou uma dedicatória dirigida a nós, autografando um dos seus livros e, dizia-nos, com um ar de pessoa simples, que não se sentia bem saber que no futuro, quando a igreja de Newark, deixar de se chamar Nossa Senhora de Fátima e, passar a chamar-se Nossa Senhora de Guadalupe, ou qualquer outra divindade religiosa, quando a comunidade portuguesa deixar a cidade, ninguém mais se lembrasse que por aqui viveu e passaram milhares de portugueses, que povoaram a cidade, fazendo dela, talvez a mais portuguesa cidade, pelo menos aqui, nos USAl!.

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…falámos por horas, “bebíamos” as suas palavras, lembrou a guerra em Angola, onde foi combatente, onde  em cenário de guerra, quase foi alvejado por uma bala inimiga que lhe passou de raspão, junto da sua face, mais tarde foi de novo a Angola, já como jornalista, entrou num campo de guerrilheiros, entrevistando o chefe da guerrilha, lembrou também, quando ajudou a salvar uma pessoa, cedendo a sua medula óssea, nós lembrámos quando recebeu o prémio, em Portugal como o melhor jornalista a trabalhar no estrangeiro para a comunidade portuguesa e, nos minutos que lhe deram de antena, fez um discurso, simples, objectivo, mas arrojado, apontando, entre outras coisas, o modo como a imprensa de Portugal, trata o povo sofredor emigrante, os sentimentos de homem de família e o orgulho que sente por essa mesma família, o amor ao seu País, que visita com frequência, enfim, o tempo ia passando e não queríamos abandonar o seu “Rancho”, pois tanto a Fernanda como o Fernando, não paravam de nos encantar com toda a ambilidade que nos demonstravam!.

Saímos da sua companhia, já era noite, com a promessa de que um dia destes nos visitarão, na Florida, para continuar-mos a conversação, que já não é mais conversação, é quase, como um desfilar de lembranças, que nos fazem por cá andar nesta idade linda, a idade dourada!.

Tony Borie, Dezembro de 2014.