…walk alone or in good company!

…walk alone or in good company!

..caminhar sózinho ou em boa companhia!. (walk alone or in good company)!.

…enquanto nós, ocasionalmente, por motivos da nossa companheira e esposa Isaura, se encontrar em convalescença de uma pequena cirurgia, caminhamos sózinhos, aproveitando a oportunidade e a tranquilidade para refletir sobre a nossa já um pouco longa vida!. (While we occasionally, on the grounds of our companion and wife Isaura, find ourselves convalescent of a minor surgery, we walk alone, taking the opportunity and the tranquility to reflect on our already a little long life)!.

…outras pessoas gostam de andar acompanhadas, proporcionando uma boa conversa, que pode ajudar a enfrentar uma caminhada mais difícil, lidando com longos e tediosos trechos, lutando contra o tempo e outras dificuldades juntos!. Um acompanhante pode ajudar-nos a decidir o caminho certo e, o que fazer quando estivermos em dificuldades e até aprofundar amizades, conversando sobre as nossas esperanças e possíveis problemas!. (Other people like to walk accompanied, providing a good conversation, which can help tackle a more difficult walk, dealing with long and tedious stretches, fighting against time and other difficulties together!. An escort can help us decide the right path, and what to do when we are in difficulties and even deepen friendships, talking about our hopes and possible problems)!.

…nós, com alguma experiência, procuramos caminhos rurais e tranquilos, sobretudo com vegetação, se possível com impressionante paisagem de água e com raios de sol, no entanto, se surgir uma chuva miudinha não ficamos desapontados, pelo contrário, até agradecemos a dádiva!. (We, with some experience, look for rural and tranquil paths, especially with vegetation, if possible with impressive landscape of water and rays of sun, however, if a small shower arises we are not disappointed, on the contrary, we even thank the gift!.

…procuramos este tempo para apreciar a paisagem, tirar fotos, e claro, conversar com outros caminhantes que por nós vão passando, considerando-nos um “artista da terra”, de contacto com a natureza, reivindicando para nós este acto de caminhar como “uma arte”!. (We look for this time to appreciate the landscape, to take photos, and of course, to talk with other walkers who are passing through us, considering us a “artist of the earth”, contact with nature, claiming for us this act of walking as “an art”)!.

…os próprios passos dos nossos pés, são um trabalho que fazem parte da paisagem que percorremos, do tempo, do espaço, onde uma simples significância, como uma folha caída, uma ave passando, um réptil escondendo-se, uma árvore centenária, são uma “prenda da natureza pura”, compensando-nos da aventura de não sabermos o que nos pode acontecer depois daquela curva, depois daquele riacho! No entanto, uma coisa é certa, o espaço significa distância e, “uma obra de arte, pode muito bem ser uma jornada”!. (The footsteps of our feet are a work that is part of the landscape we travel, time, space, where a simple significance, like a fallen leaf, a passing bird, a reptile hiding, a centennial tree , are a “gift of pure nature”, compensating us for the adventure of not knowing what can happen to us after that curve, after that stream! However, one thing is certain, space means distance and, “a work of art, may well be a journey”)!.

…já caminhámos em áreas rurais, em praias, em desertos, em pequenas áreas de famosas trilhas, como “Santa Fé”, “Oregon”, “Mormon”, “Califórnia” ou “Appalachian”!. (We have already walked in rural areas, beaches, deserts, small areas of famous trails, such as “Santa Fe”, “Oregon”, “Mormon”, “California” or “Appalachian”)!.

…já caminhámos em pequenas áreas de estradas desertas como do “Alaska Highway”!. (We have already walked on small areas of deserted roads such as the “Alaska Highway”!.

…do “Dalton Highway”!. (The “Dalton Highway”)!.

…ou da “Estrada 66”!. (or “Route 66”)!.

…já atravessámos nos dois sentidos a famosa ponte “Golden Gate” na baía de São Francisco, onde num espaço de horas, tivémos a sensação de receber na face, a brisa do pacífico, com algum nevoeiro, sol, frio ou calor!. (We have crossed both ways the famous Golden Gate Bridge in San Francisco Bay, where in a space of hours we had the sensation of receiving the Pacific breeze with some fog, sun, cold or heat)!.

…onde entre outras curiosidades, vamos apreciando colinas, montanhas, desertos, rochas esculpidas por forças naturais, capturando momentos mágicos em fotografias, onde estão representados linhas e círculos, feitos com materiais que encontramos nesses locais!. (Where, among other curiosities, we enjoy hills, mountains, deserts, rocks sculpted by natural forces, capturing magical moments in photographs, where lines and circles are represented, made with materials that we find in these places)!.

…gravámos algumas imagens ao redor do mundo, deixámos algumas marcas, feitas com pedras ou pedregulhos alinhadas em leitos secos de rios e baías, como na aldeia de Homer, no Alaska, traçámos sulcos na areia de muitas praias, de alguns oceanos, os “nossos passos, fizeram marcas, as nossas pernas carregaram e ajudaram a medir o mundo”, mas sempre com a convicção de que, “adoramos caminhar, adoramos a conexão do nosso próprio corpo com a natureza, somos nós para o mundo”, agradecendo ao “Criador” por termos vivido, por termos existido!. (We recorded some images around the world, left some marks, made of stones or boulders lined up in dry beds of rivers and bays, as in the village of Homer, Alaska, we made grooves in the sand of many beaches, “our steps, made marks, our legs carried and helped to measure the world”, but always with the conviction that, “we love to walk, we love the connection of our own body with nature, we are to the world”, thanking the “Creator” for having lived, for having existed)!.

…hoje, o tempo não está limpo, o sol ainda não apareceu, no entanto é nossa intenção caminhar, talvez na praia de Matanzas, aqui próximo de casa, esculpir os nossos pés na areia molhada, cujas marcas vão ser levadas pela maré seguinte, ou ajustar alguns galhos de uma árvore caída no areal, trazida pela maré, não sabemos de onde, para um primeiro plano de uma foto, que pode ser de lama e água, paus e pedras, ou da pequena floresta da baía do rio Matanzas!. (Today, the weather is not clear, the sun has not yet appeared, however it is our intention to walk, perhaps on the beach of Matanzas, near here, to carve our feet in the wet sand, whose marks will be carried by the tide next, or adjust some branches of a fallen tree in the sand, brought by the tide, we do not know from where, to a foreground of a photo, which may be mud and water, sticks and stones, or the small river bay forest Matanzas)!.

…a arte está nos nossos olhos de observador, na mente do criador, onde todos podemos ter um significado oculto e profundo, ou um impacto visual vigoroso, nas coisas mais simples, seja nas cidades, (detestamos cidades), ou num deserto!. Muitas vezes notamos o que os outros não percebem, percebendo nós e, talvez capturando esses momentos, que podem dar uma dimensão extra às nossas experiências de caminhadas!. (Art is in our eyes of observer, in the mind of the creator, where we can all have a deep and hidden meaning, or a powerful visual impact, in the simplest things, be it in cities, (we detest cities), or in a desert!. We often notice what others do not realize, noticing us and, perhaps capturing those moments, that can give an extra dimension to our hiking experiences)!.

Tony Borie, February 2019.

…Dead Horse Point State Park!.

…Dead Horse Point State Park!.

Parque Estadual Ponto do Cavalo Morto!. (Dead Horse Point State Park)!.

…os verdadeiros lugares, aqueles que nos deslumbram ao primeiro olhar, não estão descritos, ou mesmo mencionados em nenhum mapa, é quase como dizer, “nunca são”!. Por esta razão, a vida de um viajante é uma aventura ousada, “ou nada”!. Vamos mesmo mais longe ao ponto de dizer-mos que, a aventura pode-nos causar alguns danos, mas a monotonia, o estar-mos estacionados em um só lugar, causa-nos mais danos, pode-nos até matar, que é uma palavra feia, horrível mesmo, o que, pelo menos na nossa já um pouco avançada idade, era uma espécie de libertação, de final de um dever cumprido!. (The real places, those that dazzle us at first glance, are not described, or even mentioned in any map, is almost like saying, “never are!” For this reason, the life of a traveler is a daring adventure, “or nothing”! We go even further to the point of saying that adventure can cause us some damage, but monotony, being parked in one place, causes us more damage, can kill us, which is a ugly word, horrible even, which, at least in our already somewhat advanced age, was a kind of liberation, end of a duty fulfilled)!.

…deixemos estas palavras de “final de um dever cumprido” e, pensar que, daqui a alguns anos, pelo menos não ficaremos desapontados com as coisas que não fizémos e poderíamos fazer!. Portanto, tiramos as amarras, navegamos para longe do porto seguro, aproveitamos os ventos alísios, como os navegadores de outrora fizeram na era dos descobrimentos, desfraldamos as velas, vamos à aventura, vamos explorar, vamos descobrir, vamos fazendo algumas viagens de estudo!. (Let us leave these words “end of a duty fulfilled” and think that in a few years at least we will not be disappointed with the things we did not and could do! Therefore, we take the moorings, sail away from the safe harbor, take advantage of the trade winds, as the navigators of yesteryear did in the era of discoveries, unfurl the sails, let’s adventure, let’s explore, let’s find out, let’s do some study trips)!.

…vamos, quando nos é possível, percorrendo este enorme continente norte americano que, alguns historiadores dizem, que depois dos seus habitantes nativos, a que chamaram “Índios”, foram as emprezas de navegação, constituídas com o apoio do governo de diversos países, principalmente oriundos da Europa, na procura do ouro, da prata, do lucro, do enriquecimento rápido, compostas por aventureiros, vulgo “corsários”, que pouco a pouco, foram controlando os tais nativos, a que como já mencionámos chamaram “Índios”, colocando-os em pequenas áreas a que chamaram “Reservas”!. (We go, when possible, to travel across this enormous North American continent, which some historians say, that after its native inhabitants, what they called “Indians”, were the shipping companies, constituted with the support of the government of several countries, mainly from Europe, in the search for gold, silver, profit, and rapid enrichment, composed by adventurers, commonly known as “corsairs”, who little by little controlled the natives, who, as we have already mentioned, called “Indians”, putting them in small areas they called “Reservations”)!.

…quase sempre em nome da civilização, às vezes de uma ou outra religião, foram avançando, ocupando, repovoando estas imensas e maravilhosas planícies, desertos, praias, planaltos, desfiladeiros, rios, lagos ou cordilheiras de montanhas, cobertas de árvores e outra vegetação, com séculos, trazendo com eles uma civilização moderna, onde primeiro, vinham os tais guerreiros, (corsários), treinados para combate, depois traziam pessoas que, começando por viver em grupo, acabavam por se constituir em famílias!. (Almost always in the name of civilization, sometimes of one religion or another, have been advancing, occupying, repopulating these immense and wonderful plains, deserts, beaches, plateaus, ravines, rivers, lakes or mountain ranges covered with trees and another vegetation, with centuries, bringing with them a modern civilization, where first came the warriors, (corsairs), trained for combat, then brought people who, starting with living in a group, eventually became families)!.

…este pequeno resumo serve para ilustrar a história de hoje, onde nós, rumo em direcção ao leste, vindos do oeste, tínhamos dormido num parque de caravanas, numa pequena povoação, que é um encontro de estradas, localizada às margens do Rio Verde, um importante afluente do rio Colorado, a que dão o nome de Rio Verde, no estado de Utah!. Alguns dos seus habitantes orgulham-se em nos dizer que, a rota comercial da Antiga Trilha Espanhola, nos de 1829 a 1850 atravessou o Rio Verde, originando aqui o assentamento de Rio Verde, que começou como uma travessia do rio, onde um tal Sr. Blake montou ao lado leste do rio, uma barcaça e uma estação de caminho, tornando-se numa paragem para viajantes, tal como nós, onde havia essa tal barcaça para transportar pessoas, suprimentos e animais, para o outro lado do rio!. (This brief summary serves to illustrate today’s story, where we, heading east from the west, had slept in a caravan park, in a small settlement, which is a road meeting, located on the banks of the Green River, an important tributary of the Colorado River, which they call Green River, in the state of Utah!. Some of its inhabitants are proud to tell us that the trade route of the Old Spanish Trail between 1829 and 1850 crossed the Green River, originating here the settlement of Green River, which began as a crossing of the river, where a Mr. Blake rode to the east side of the river, a barge and a station of road, becoming a stop for travelers, just like us, where there was such a barge to transport people, supplies and animals, across the river)!.

…uns dias antes, quando viajávamos em direcção ao oeste, parámos na margem sul do Parque Nacional de Canyonlands, percorrendo parte do parque, até que o trajecto da estrada acabou, não permitindo seguir mais em frente!. O cenário era maravilhoso, mas não se podia prosseguir, pensando nós que talvez só fosse possível visitar essa área viajando do lado norte!. Era verdade, pois a informação que recebemos posteriormente era nesse sentido e, agora situados na parte norte, fomos visitar essa área a que dão o nome de Parque Estadual Ponto do Cavalo Morto!. (A few days earlier, as we traveled westward, we stopped on the south bank of Canyonlands National Park, traversing part of the park, until the road was over, not allowing us to go any further! The scenery was wonderful, but we could not go on, thinking we might only be able to visit this area traveling on the north side! It was true, because the information we received later was in that sense, and now located in the northern part, we went to visit this area that they call the Dead Horse Point State Park)!.

…valeu a pena, pois o dramático panorama do rio Colorado e do Parque Nacional de Canyonlands, que uns dias antes tínhamos visitado, cobre 5.362 acres (2.170 ha) de deserto elevado a uma altitude de 1.800 m.!. (It was worth it, for the dramatic panorama of the Colorado River and Canyonlands National Park, which a few days before we had visited, covers 5,362 acres (2,170 ha) of high desert at an altitude of 1,800 m)!.

…tem vários miradouros com cenários deslumbrantes, trilhas para caminhadas de montanha, algumas estradas pavimentadas e, a história que lhe dá o nome de Ponto do Cavalo Morto, tem sido frequentemente anotado em listas de nomes de lugares incomuns, pois nasceu pela causa do seu uso como um curral natural para cowboys, no século desanove, onde alguns cavalos morriam de exposição solar!. Mais tarde, também ganhou alguma fama porque a sua área também foi usada na cena final “Grand Canyon” do filme de 1991, Thelma & Louise!. (There are several belvederes with stunning scenery, mountain hiking trails, some paved roads and the history that gives it the name of Dead Horse Point, has often been annotated in lists of names of unusual places, because it was born for the cause of its use as a natural corral for cowboys, in the desanove century, where some horses died from sun exposure!. Later, it also gained some fame because its area was also used in the final scene “Grand Canyon” of the 1991 film, Thelma & Louise)!.

…segundo a lenda, Ponto do Cavalo Morto, recebeu esse nome porque o topo deste planalto, serviu como um curral natural com altos penhascos verticais em todos os lados, menos um!. Apenas uma estreita faixa de terra de cerca de 30 metros de largura ligava o Ponto do Cavalo Morto, a um planalto muito maior, chamado Ilha no Céu, agora parte do Parque Nacional de Canyonlands, que já tínhamos visitado anteriormente!. (According to legend, Dead Horse Point, received that name because the top of this plateau, served as a natural corral with high vertical cliffs on all sides, minus one!. Only a narrow strip of land about 30 feet wide connected the Dead Horse Point to a much larger plateau called the Island in the Sky, now part of Canyonlands National Park, which we had previously visited)!.

…todas as lendas assentam na mesma história!. Claro, primeiro, os nativos americanos como um todo, uniram-se para resistir à invasão espanhola, depois, por volta do ano de 1850, vieram as pessoas da fé Mórmon, para estabelecer os seus assentamentos na região do Moabe e outras áreas do sudeste do hoje estado do Utah e, das muitas histórias sobre como esse alto promontório de terra, que recebeu este nome incomum, como o Ponto do Cavalo Morto, sempre resistiu, como sendo uma península de rocha no topo de penhascos de arenito!. (All the legends are based on the same story! Of course, first, the Native Americans as a whole united to resist the Spanish invasion, then, around the year 1850, came the people of the Mormon faith, to establish their settlements in the Moab region and other areas of the Southeast of today’s state of Utah and, of the many stories about how this high land promontory, which received this unusual name, like the Dead Horse Point, has always resisted, as being a rock peninsula on top of sandstone cliffs)!.

…como anteriormente já mencionámos, se nos situarmos em qualquer dos seus estratégicos miradouros, podemos verificar que esta península é conectada ao planalto por uma estreita faixa de terra que, de acordo com a tal lenda, o ponto foi usado como um curral para os mustang selvagens que percorriam o topo do planalto!. Os cowboys reuniam esses cavalos, no estreito braço de terra que ainda tem apenas 30 metros de largura, que era cercado com galhos e arbustos!. (As we have already mentioned, if we stand on any of its strategic belvederes, we can verify that this peninsula is connected to the plateau by a narrow strip of land that, according to such legend, the point was used as a corral for the wild mustangs that roamed the top of the plateau! The cowboys gathered these horses, in the narrow arm of land that is still only 30 meters wide, which was surrounded with twigs and bushes)!.

…isso criou um curral natural cercado por penhascos íngremes para baixo em todos os lados, não permitindo escapatória!. Os cowboys então escolhiam os cavalos que queriam, todavia certa vez, por alguma razão desconhecida, os cavalos ficaram encalhados naquele ponto sem água, onde morreram de sede à vista do rio Colorado, a dois mil metros abaixo!. (This created a natural corral surrounded by steep cliffs down on all sides, not allowing escape!. The cowboys then chose the horses they wanted, but once, for some unknown reason, the horses were stranded at that point without water, where they died of thirst in sight of the Colorado River, two thousand meters below)!.

…esperamos que tenham gostado da história de hoje porque, a vida é curta e o mundo é muito grande e, não é o que olhamos que importa, é o que vemos, porque quando duas estradas divergiram numa planície ou numa floresta, nós como somos aventureiros, seguimos quase sempre a menos percorrida, porque também é isso que faz quase toda a diferença para quem gosta de aprender!. (We hope you have enjoyed the story of today because life is short and the world is very big and it is not what we look at that matters, it is what we see, because when two roads diverged on a plain or a forest, we as we are adventurous, we almost always follow the less traveled, because that is also what makes almost all the difference for those who like to learn)!.

Tony Borie, February 2019.

…maybe a little crazy and something aggressive!.

…maybe a little crazy and something aggressive!.


…talvez um pouco loucos e algo agressivos!. (maybe a little crazy and something aggressive)!.

…talvez dezenas, talvez centenas de vezes temos mencionado aqui a Guerra Colonial Portuguesa em África!. Quiz o destino que lá fossemos parar, participando nela como combatentes, quando ainda éramos jovens, quando a nossa mente devia de estar desanuviada para aprender e procurar motivos de aprendizagem para uma educação de vida sã, de família, produtiva e útil, para ajudar a continuação de um futuro mundo mais justo, sobretudo onde houvesse paz, prosperidade e no mínimo, as crianças tivessem um simples farrapo a cobrir-lhes o corpo e um naco de pão para se alimentarem!. No fundo, no fundo, houvesse, compreenção e alguma benevolência, entre as pessoas!. (Maybe dozens, maybe hundreds of times we have mentioned here the Portuguese Colonial War in Africa!. Perhaps the fate that we would stop there, participating in it as combatants, when we were still young, when our mind should be cleared to learn and look for learning motives for a healthy, productive family life, useful education to help the continuation of a more just world, especially where there was peace, prosperity and, at the very least, the children had a simple rag to cover their bodies and a loaf of bread to feed themselves!. Deep down, deep down, there was understanding and some benevolence among people!

…em lugar de todas estas virtudes, vivemos momentos de angústia, de medo, de sofrimento, de fúria, de injustiças, de actos de profunda repugnância e violência, onde resultaram, combates, ataques nocturnos com granadas de morteiro e balas de espingarda metralhadora, minas e fornilhos a rebentarem e matarem companheiros também jovens como nós!. (Instead of all these virtues, we live in moments of anguish, fear, suffering, fury, injustice, acts of deep repugnance and violence, resulting in night fighting with mortar shells and shotgun bullets machine gun, mines, and fangs to burst and kill fellows who are also young)!.

…de emboscadas traiçoeiras e mortíferas nas savanas, rios e pântanos cobertos de lama e tarrafo que, passado dois anos e, quando regressámos à Europa, já como veteranos de combate, passando por algumas experiências de vida mais traumáticas que se possam imaginar, onde a família que nos recebeu, sabia, notava imediatamente, que alguma coisa estava mal connosco, pela nossa linguagem, maneira de se comportar, pois estávamos diferentes, talvez um pouco loucos e algo agressivos!. (Of treacherous and deadly ambushes on the savannahs, rivers and marshes covered with mud and a pipe that, two years later, and when we returned to Europe, already as veterans of combat, going through some more traumatic life experiences that can be imagined, where the family that received us, knew, noticed immediately, that something was wrong with us, by our language, way to behave, because we were different, maybe a little crazy and something aggressive)!.

…esse nosso aspecto era normal, era o preço muito elevado de ter servido a nação numa zona de guerra, era a lotaria da vida onde nos pode sair um bilhete premiado com a morte, era o síndrome de guerra que nos leva por todo o tempo do resto das nossas vidas, a uma pesada viajem no coração das trevas!. (This aspect of us was normal, it was the very high price of having served the nation in a war zone, it was the lottery of life where we can get a ticket rewarded with death, it was the war syndrome that takes us all over the time of the rest of our lives, to a heavy journey in the heart of darkness)!.

…no fundo, no fundo, éramos sobreviventes de uma maldita guerra de guerrilha, numa região de África, onde uma das partes mais trágicas, para alguns talvez esperançosa, era a cara da necessidade humana!. Era o doente abandonado, a família faminta, a criança que não sabia ler, eram homens e mulheres, alguns sem abrigo, com roupa em farrapos, lutando pela sobrevivência, numa terra muito rica e com um solo muito fértil!. (Deep down we were survivors of a bloody guerrilla war in an area of Africa where one of the most tragic parts, to some perhaps hopeful, was the face of human need!. It was the abandoned patient, the famished family, the child who could not read, were men and women, some homeless, clothed in rags, struggling for survival, in a very rich land with a very fertile soil!

…e tudo isto começou porquê?. Porque, sobretudo quando os navegadores portugueses, ainda no século quinze, saindo da Europa, navegando junto à costa quase sempre com terra à vista, vindo a terra aqui e ali, muitas vezes para se abastecerem de água ou outros produtos de sobrevivência onde, dando largas ao seu instinto de guerreiros, geravam lutas, demonstrando a ganância da conquista de pequenos portos, vilas ou aldeias por onde passavam, começando a chegar à costa de África, concentrando as suas energias no golfo da Guiné, navegando mesmo até Angola!. No início, esperavam encontrar ouro mas, em toda aquela região, logo descobriram que os escravos eram um bem mais valioso, ali à sua disposição, disponíveis, e claro, para uma possível exportação!. (And all this started why?. Because, especially when the Portuguese navigators, still in the fifteenth century, leaving Europe, sailing along the coast almost always with land in sight, coming to land here and there, often to stock up on water or other survival products where, giving long in their instinct of warriors, generated fights, demonstrating the greed of the conquest of small ports, villages or villages where they passed, beginning to reach the coast of Africa, concentrating their energies in the Gulf of Guinea, sailing even to Angola!. At first they hoped to find gold, but throughout that region they soon discovered that slaves were a more valuable commodity, there at their disposal, available, and of course, for possible export)!.

…se consultar-mos a história universal, ela diz-nos que, o Império Islâmico já estava por lá estabelecido no comércio de escravos africanos, talvez por séculos, ligando-o ao comércio de escravos árabes!. Todavia, os portugueses que haviam conquistado o porto islâmico de Ceuta no ano de 1415, assim como várias outros portos, vilas ou aldeias no que é hoje o actual país Marrocos, no que chamavam uma cruzada contra os vizinhos islâmicos, conseguiram estabelecer-se com sucesso naquela área!. (If we look at universal history, it tells us that the Islamic Empire was already established there in the African slave trade, perhaps for centuries, linking it to the Arab slave trade!. However, the Portuguese who had conquered the Islamic port of Ceuta in 1415, as well as several other ports, villages or villages in what is now Morocco today, in what they called a crusade against their Islamic neighbors, managed to establish themselves with success in that area)!.

…portanto, viram, aprenderam!. Lá na Guiné, assim como em toda a costa até Angola, alguns países europeus rivais, já ocupavam grande parte do comércio (principalmente escravos) enquanto os governantes africanos locais confinavam os portugueses à costa, para onde enviavam os africanos escravizados para os tais portos, vilas ou aldeias, ocupados pelos portugueses, ou mesmo para alguns fortes na costa de África, que mais tarde se foram construindo, de onde eram exportados!. (Therefore, they have seen, they have learned!. There in Guinea, as well as all the coast to Angola, some rival European countries already occupied much of the trade (mainly slaves) while the local African rulers confined the Portuguese to the coast, where they sent the Africans enslaved to such ports, villages or villages occupied by the Portuguese, or even for some forts on the coast of Africa, which were later built, from where they were exported)!

…claro, houve lutas pela ocupação e domínio do território ao longo da costa, da Guiné até Angola, pois os portugueses queriam consolidar a sua vantagem contra invasões de rivais holandeses, britânicos e franceses!. No entanto, as cidades portuguesas fortificadas de Luanda (estabelecida em 1587 com 400 colonos portugueses) e Benguela (um forte de 1587, uma cidade de 1617) permaneceram quase continuamente em mãos portuguesas!. (Of course, there were struggles for occupation and domination of the territory along the coast, from Guinea to Angola, as the Portuguese wanted to consolidate their advantage against invasions of Dutch, British and French rivals!. However, the fortified Portuguese cities of Luanda (established in 1587 with 400 Portuguese settlers) and Benguela (a fort of 1587, a city of 1617) remained almost continuously in Portuguese hands)!.

…tal como na Guiné, o comércio de escravos tornou-se a base da economia local em Angola!. As excursões eram cada vez mais para o interior, para obter cativos que foram vendidos por governantes africanos!. A principal fonte desses escravos, foram os capturados como o resultado da perda de uma ou outra guerra, ou de conflitos entre etnias com outras tribos africanas, todavia o resultado foi que, mais de um milhão de homens, mulheres e crianças foram enviados de toda a costa africana, desde a Guiné até Angola, para o outro lado do Atlântico!. Nesta região, diferentemente da Guiné, o comércio permaneceu em grande parte nas mãos dos portugueses, onde quase todos os escravos foram destinados ao Brazil!. (As in Guinea, the slave trade became the basis of the local economy in Angola!. The excursions were more and more inland, to get captives that were sold by African rulers!. The main source of these slaves were captured as the result of the loss of either war or ethnic conflict with other African tribes, but the result was that more than one million men, women, and children were sent from all the African coast, from Guinea to Angola, to the other side of the Atlantic!. In this region, unlike Guinea, trade remained largely in the hands of the Portuguese, where almost all slaves were destined for Brazil)!.

…mais tarde, na disputa pela África, durante a Primeira Guerra Mundial, tal qual como o dividir do espólio de qualquer saque, a reivindicação das Colónias Africanas de Portugal, foi reconhecida pelas outras potências europeias durante a década de 1880, onde os limites finais da África Portuguesa foram acordados pela negociação na Europa, no ano de 1891, onde Portugal ficou com o controle efectivo de pouco mais do que a faixa costeira desde a Guiné, passando por Angola até Moçambique!. (Later in the dispute over Africa during World War I, just as the division of the spoils of any plunder, the claim of the African Colonies of Portugal, was recognized by the other European powers during the 1880s, where the final boundaries of Portuguese Africa were agreed by the negotiation in Europe in the year 1891, where Portugal was effectively in control of little more than the coastal strip from Guiné, through Angola to Mozambique)!.

…na Segunda Guerra Mundial e, já no final da década de 1950, as Forças Armadas Portuguesas viram-se confrontadas com o paradoxo gerado pelo regime ditatorial do Estado Novo que se encontrava no poder desde 1926!. Por um lado, a política de neutralidade portuguesa na Segunda Guerra Mundial colocou as Forças Armadas Portuguesas fora do caminho de um possível conflito Leste-Oeste, por outro lado, o regime sentiu a crescente responsabilidade de manter sob controle as suas Colónias Ultramarinas em África e, assim proteger os cidadãos que por lá habitavam!. (In the Second World War, and in the late 1950s, the Portuguese Armed Forces found themselves confronted with the paradox generated by the dictatorial regime of Estado Novo, which had been in power since 1926!. On the one hand, the policy of Portuguese neutrality in World War II put the Portuguese Armed Forces out of the way of a possible East-West conflict, on the other hand, the regime felt the growing responsibility of keeping its Overseas Colonies in control in Africa and, thus protecting the citizens who lived there)!.

…assim, Portugal viu como solução, ingressar na OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, também chamada de Aliança do Atlântico Norte, que é uma aliança militar intergovernamental entre 29 países norte-americanos e europeus, como membro fundador em 1949, integrado nos seus vários comandos militares e que, constitui um sistema de defesa colectiva pelo qual os seus estados membros independentes concordam com a defesa mútua em resposta a um ataque de qualquer parte externa!. Naquela época, o principal foco da OTAN, era a prevenção de um ataque soviético convencional contra a Europa Ocidental, em detrimento dos preparativos militares contra as revoltas guerrilheiras nas Províncias Ultramarinas de Portugal, consideradas essenciais para a sobrevivência da nação!. (Thus, Portugal saw as a solution, joining NATO, North Atlantic Treaty Organization, also called the North Atlantic Alliance, which is an intergovernmental military alliance between 29 North American and European countries, as a founding member in 1949, integrated into its various military commands and which constitutes a system of collective defense by which its independent member states agree to mutual defense in response to an attack from any outside! At that time, NATO’s main focus was the prevention of a conventional Soviet attack against Western Europe, to the detriment of military preparations against guerrilla revolts in the Overseas Provinces of Portugal, considered essential for the survival of the nation)!.

…depois, depois veio a revolta do povo africano, veio a Guerra Colonial Portuguesa em África que, nas aldeias e vilas de Portugal era conhecida como a Guerra Ultramarina e, nas então Colónias Portuguesas de África, o povo que lutava pela libertação e independência do seu território, chamava a Guerra de Libertação, entre os anos de 1961 e 1974, que foi travada entre os militares (muitos eram milicianos e forçados), ao serviço do então governo de Portugal e os emergentes movimentos nacionalistas que se foram criando nas então Colónias Africanas Portuguesas, onde no fundo, no fundo, nenhuma das partes saíu vencedora, porque entretanto, elementos das Forças Armadas Portuguesas deram um golpe de estado, na capital do então Portugal Colonial, a cidade de Lisboa, no mês de Abril, no ano de 1974, derrubando o governo, cujo pretexto, era um protesto contra o custo e a duração desta, como já anteriormente dissémos, maldita e sangrenta guerra!. (Then came the revolt of the African people, the Portuguese Colonial War in Africa came to be known in the villages and towns of Portugal as the Overseas War, and in the then Portuguese Colonies of Africa the people fighting for liberation and independence, called the Liberation War between 1961 and 1974, which was fought between the military (many were militias and forced), serving the then Portuguese government and the emerging nationalist movements that were Portuguese Colonies, where, deep down, neither party was victorious, because in the meantime, elements of the Portuguese Armed Forces gave a coup in the capital of Portugal Colonial, the city of Lisbon, in April, in the year 1974, overthrowing the government, whose pretext was a protest against the cost and duration of this, as we have said before, damn and bloody war)!.

…e nós, ainda jovens, oriundos da Europa, com uma educação de aldeia, onde os princípios honestos de família vinham de há séculos, vivemos todo este cenário, muitas vezes a angústia, o desespero e o medo!. Todavia ainda vamos escrevendo, com a intenção de que a nossa dor, sirva de exemplo, sobretudo para os jovens, para que nunca se envolvam em nenhum conflito armado!. (And we, still young, from Europe, with a village education, where the honest principles of family came from centuries ago, we live this whole scenario, often the anguish, despair and fear!. However, we are still writing, with the intention that our pain be an example, especially for young people, so that they never get involved in any armed conflict)!.

…longe do nosso pensamento, recordar aquele ditado que diz, “É frustante quando você conhece quase todas as respostas, mas ninguém se preocupa em fazer as perguntas”!. Não, não é essa a nossa intenção, temos alguma experiência de vida, já por nós passaram muitas primaveras floridas, muitas temperaturas tórridas de verão, chuvas torrenciais de outono e muitos frios glaciares de inverno, contudo, a força que nos faz mover os dedos, ao passar pelo computador, é o reflexo de momentos de horror, mêdo e angústia, de um veterano de guerra, que deu os melhores anos da sua jovem vida em defesa do seu País, numa guerra sangrenta em África, a milhares de quilómetros da aldeia onde nasceu, combatendo pessoas, que nenhum mal lhe tinham feito antes e, que nem sequer conhecia!. (Far from our thinking, remember that saying that says, “It’s frustrating when you know almost all the answers, but no one cares to ask the questions”!. No, this is not our intention, we have some experience of life, already we have passed many flower springs, many torrid summer temperatures, torrential autumn rains and many cold winter glaciers, yet the force that makes us move our fingers , is a reflection of moments of horror, fear and anguish, of a war veteran, who gave the best years of his young life in defense of his Country, in a bloody war in Africa, thousands of kilometers away from the village where he was born, fighting people, whom no evil had done to him before, and whom he did not even know)!.

Tony Borie, February 2019.