…antesdontem!. (Beforeyesterday)!.

…antesdontem!. (Beforeyesterday)!.

…já não nos lembramos se foi ontem ou “antesdontem”, (às vezes dá jeito escrever como se fala, porque no computador, as letras estão mais próximas do nossos já frágeis dedos), que Sua Excelência o Presidente da República de Portugal, entre duas braçadas no oceano Atlântico, (também não nos lembramos se foi na ilha da Madeira, no Algarve ou na baía de Cascais), umas tantas “selfies”, (inafortunadamente escondendo o seu sorriso à “Brad Pitt” debaixo da sua máscara de proteção), ali, na praia, comentando três ou quatro opiniões esclarecedoras e a nú, (perdão, trajando calções de banho e toalha ao ombro), à comunicação social, de como as coisas vão correndo na política e não só, pois também explicou a sua vertente de “nadador salva-vidas”, na ajuda a um salvamento em pleno oceano a alguns banhistas desprevenidos!. (We no longer remember if it was yesterday or “beforeyesterday”, (sometimes it is useful to write as we speak, because on the computer, the letters are closer to our already fragile fingers), that His Excellency the President of the Republic of Portugal , between swim in the Atlantic Ocean, (we also don’t remember if it was on Madeira Island, in the Algarve or in Cascais Bay), a few “selfies”, (unfortunately hiding his “Brad Pitt” smile under his mask of protection), there, on the beach, commenting on three or four enlightening and naked opinions (forgiveness, wearing swimming trunks and a towel over the shoulder), to the media, how things are going in politics and beyond, because it also explained his “lifeguard” aspect, in helping rescue in the middle of the ocean to some unsuspecting swimmers)!.

…continuando, Sua Excelência, promulgou um diploma, cremos que vindo da Assembleia da República, concedendo aos antigos combatentes da Guerra do também antigo Ultramar Português, que ainda não “se foram”, que ainda continuam vivos e andam por aí, nos quais nos incluímos, “uma mão cheia de nada, outra de coisa nenhuma”!. (Continuing, Your Excellency, promulgated a diploma, we believe that coming from the Assembly of the Republic, granting to the former combatants of the War of the also former Portuguese Overseas, who are not yet “gone”, who are still alive and are still around us, which we include, “a handful of nothing, the other of nothing”)!.

…embora os benefícios não sejam aqueles que os antigos combatentes da dolorosa Guerra do também antigo Ultramar Português pretendiam, “foi bom”, pela razão de que o presente governo de Portugal reconheceu que os “antigos combatentes existem”, ou seja, esta geração de governantes reconheceu que eles ainda andam por aí!. (Although the benefits are not those that the former combatants of the painful War of the also former Portuguese Overseas Region wanted, “it was good”, for the reason that the present government of Portugal recognized that the “former combatants exist”, that is, this generation of government recognized that they are still around)!.

…entendendo nós que, também dolorosamente vão desaparecendo e, num futuro, talvez dos próximos vinte anos, quando se contarem os sobreviventes daquela guerra pelos dedos das mãos, então sim, vão aparecer nas aldeias, vilas e cidades, momumentos, ruas, e edifícios importantes com o nome dos antigos combatentes, com inaugurações deslumbrantes, onde os futuros políticos vão aparecer, “mostrando” todo o seu “patriotismo”, lembrando-os, que eram uns heróis, morrreram na defesa da Pátria, os seus restos mortais ficaram por lá, deixando as suas esposas jovens e viúvas e os seus filhos crianças orfans!.(Understanding that we will also painfully disappear and, in the future, perhaps in the next twenty years, when the survivors of that war are counted by the fingers, then yes, they will appear in villages, towns and cities, museums, streets, and important buildings named after former combatants, with stunning inaugurations, where future politicians will appear, “showing” all their “patriotism”, reminding them that they were heroes, died in the defense of the Fatherland, their remains they stayed there, leaving their young and widowed wives and their children orphaned children)!.

…adiante que se faz noite, como nos dizia a nossa querida avó!. Uma das razões, claro, entre outras, mesmo tirando as do já mencionado computador, que escrevemos “antesdontem” e não “antes de ontem” foi um jeito que nos ficou dos tempos de combatente, pois a nossa educação escolar, assim com a de centenas, talvez milhares de companheiros combatentes, que junto a nós, nas savanas e pântanos de África, deram o seu melhor em defesa da Nação, num horrendo cenário de combate, não era lá muito grande, havendo mesmo companheiros analfabetos, que se encontravam num horrendo cenário de guerra sem saberem porquê, combatendo pessoas que nenhum mal lhe tinham feito antes, a não ser procurarem a sua liberdade e o seu próprio destino!. (Ahead that it is night, as our dear grandmother used to tell us!. One of the reasons, of course, among others, even apart from those of the aforementioned computer, which we wrote “beforeyesterday” and not before yesterday was a way that remained of us as a combatant, since our school education, as well with that of hundreds, perhaps thousands of fellow combatants, who together with us, in the savannas and swamps of Africa, did their best in defense of the Nation, in a horrendous combat scenario, it was not very big, even with illiterate companions, who they found themselves in a horrendous war scenario without knowing why, fighting people who had done no harm to them before, except looking for their freedom and their own destiny)!.

…nós, lá naquele cenário, possuidores de uma escassa educação escolar, também ajudámos na formação e aprendizagem mínima desse fenómeno, tão simples para alguns e tão útil para todos, que dá pelo nome de “saber ler e escrever”, a alguns desses companheiros, que passado uns meses, depois do preenchimento de vários formulários, receberam o diploma da “quarta classe do ensino primário elementar”!. (We, in that scenario, possessing a scant school education, also help in the formation and minimum learning of this phenomenon, so simple for some and so useful for all, that gives the name of “knowing how to read and write”, to some of these comrades, who after a few months, after filling in several forms, received the diploma of the “fourth class of elementary primary education”)!.

…assim, aqueles que tiveram a sorte de não serem mortos em combate (e ficarem por lá para sempre, embrulhados num camuflado sujo de sangue, perfurado pela rajada de uma qualquer metralhadora inimiga, enterrado na lama dos seus pântanos ou a secar ao sol nas tórridas savanas, esperando que o seu corpo morto, fosse comido por algum animal selvagem), e regressaram à Europa, podendo com mais facilidade deixar a enxada e procurar qualquer outro meio de sobrevivência, nas poucas oportunidade que naquela época havia, pois o território ao sul da Europa continental, habitado por uma sociedade mais pobre e com uma taxa de analfabetismo muito maior do que a média das sociedades do resto da Europa, também era difícil sobreviver!. (Thus, those who were fortunate not to be killed in combat (and to remain there forever, wrapped in a blood-smeared camouflage, pierced by the blast of any enemy machine gun, buried in the mud of their swamps or drying out at the in the torrid savannas, waiting for his dead body to be eaten by some animal), and returned to Europe, being able to leave the hoe and search for any other means of survival, in the few opportunities that at that time, territory south of continental Europe, inhabited by a poorer society and with an illiteracy rate much higher than the average of societies in the rest of Europe, it was also difficult to survive)!.

…e na África, então em zonas de guerra, era um desespero constante, lutando pela sobrevivência!. Nós, andámos por lá, vimos, a violência nunca traz uma paz permanente e não resolve nenhum problema social, pelo contrário, cria novos e mais complicados problemas!. Num cenário de violência, a segurança não existe, os seres humanos não têm acesso a alimentos suficientes, água limpa, remédios ou um abrigo necessário para sobreviver!. Não existe onde as crianças possam aspirar a uma educação decente ou os seus pais a um emprego que sustente uma família, pois a ausência de esperança pode destruir uma sociedade, a partir de dentro, o que é muito importante!. (And in Africa, then in war zones, it was a constant despair, fighting for survival!. We, we walked there, we saw, violence never brings permanent peace and it does not solve any social problem, on the contrary, it creates new and more complicated problems!. In a scenario of violence, security does not exist, human beings do not have access to sufficient food, clean water, medicine or shelter necessary to survive!. There is no place where children can aspire to a decent education or their parents for a job that supports a family, because the lack of hope can destroy a society, from within, which is very important)!.

…nós, consideramo-nos uns previlegiados, pois tivémos a sorte de regressar à Europa, vindos dessa maldita guerra colonial em África, todavia, os famintos, os doentes, os analfabetos e a miséria que naquela época eram constantes, infelizmente continuaram, mesmo depois, quando da dita descolonização, quando parecia que já havia paz, fazendo-nos lembrar que defacto saímos de África físicamente, mas possívelmente não trouxémos as armas, as bombas e as balas, deixando lá apenas, como seria nossa inteira obrigação, todas as maravilhosas armas da paz do século XX!. (We consider ourselves to be privileged, as we were lucky enough to return to Europe, coming from that damn colonial war in Africa, however, the hungry, the sick, the illiterate and the misery that were constant at that time, unfortunately continued, even afterwards, during the so-called decolonization, when it seemed that there was already peace, reminding us that in fact we left Africa physically, but possibly we did not bring the weapons, bombs and bullets, leaving there only, as would be our entire obligation, all the wonderful weapons of peace of the 20th century)!.

…e porquê?. O princípio fundamental de Portugal, enquanto “potência colonial”, prosseguiu o seu processo de descolonização, sem outra qualquer alternativa, actuando conforme a carta e resoluções pertinentes das Nações Unidas, de modo a que os povos coloniais exercessem o direito à sua autodeterminação e à independência, através dos movimentos de libertação nacional e, em função da situação concreta de cada território!. (It’s because?. The fundamental principle of Portugal, as a “colonial power”, continued its process of decolonization, without any other alternative, acting in accordance with the relevant United Nations charter and resolutions, so that the colonial peoples exercised the right to their self-determination and to independence, through national liberation movements and, depending on the specific situation of each territory)!.

…assim, por não ter outra capacidade nem legitimidade, o reconhecimento do direito à autodeterminação e independência dos povos coloniais, contemplado pela Lei da Descolonização e pela comunicação recebida da ONU, limitou-se na prática, ao simples reconhecimento dos movimentos de libertação nacional, como únicos e legítimos representantes de cada colónia, até aquele momento então Portuguesas!. (So, having no other capacity or legitimacy, the recognition of the right to self-determination and independence of colonial peoples, contemplated by the Decolonization Law and by the communication received from the UN, was limited in practice to the simple recognition of liberation movements national, as unique and legitimate representatives of each colony, until that time then Portuguese)!.

…como tal, juridicamente, talvez com excepção ao caso de Timor, cujo acordo, no seio da ONU, teve natureza diferente, a descolonização portuguesa concluiu-se por via de acordos internacionais bilaterais, com quatro acordos de descolonização, tais como a Guiné-Bissau, Moçambique, S. Tomé e Príncipe e Angola, e um protocolo para a independência de Cabo Verde!. (As such, legally, perhaps with the exception of Timor, whose agreement within the UN was of a different nature, Portuguese decolonization was concluded via bilateral international agreements, with four decolonization agreements, such as the Guinea Bissau, Mozambique, S. Tomé and Príncipe and Angola, and a protocol for the independence of Cape Verde)!.

…resultado!. Ao não regularem o regime da sucessão destes novos Estados, tais acordos, além da retirada imediata das forças militares portuguesas, limitaram-se a dois efeitos, ambos de curto prazo, que eram, transferir todo o poder para os movimentos de libertação nacional e, reconhecê-los como novos Estados!. (Result!. By not regulating the regime of the succession of these new States, such agreements, in addition to the immediate withdrawal of Portuguese military forces, were limited to two effects, both short-term, which were, to transfer all power to the national liberation movements and, recognize them as new states)!.

…assim, no nosso entender não houve um sentido próprio nesta descolonização portuguesa, apenas houve “independência sem descolonização”, onde os movimentos de libertação se apropriaram do poder em cada um dos novos Estados, através de uma espécie de Partido/Estado, legitimado pela “luta” e organizando-se segundo algumas fórmulas marxistas-leninistas, ou seja, um regime completamente diferente do usado até aquela época, onde o resultado foi, que quase todos os Europeus que por lá tinham raízes há mais de cinco centenas de anos, terem que abandonar todos os seus bens e, para salvar as suas vidas, refugiarem-se em diversos continentes, principalmente na Europa!. (So, in our view, there was no proper meaning in this Portuguese decolonization, there was only “independence without decolonization”, where the liberation movements appropriated power in each of the new states, through a kind of Party / State, legitimized by the “struggle” and organized according to some Marxist-Leninist formulas, that is, a regime completely different from that used until that time, where the result was, that almost all Europeans who had roots there over five hundred years ago, having to abandon all their possessions and, to save their lives, take refuge in several continents, mainly in Europe)!.

…claro, os anos foram passando e hoje, já lá vão quase seis dezenas de anos e a nós, pareceu-nos que foi “antesdontem”, tal são as imagens que nos vão aparecendo desses novos Estados, onde a luta continua, agora por uma simples tigela de arroz, adicionada à nova vertente, que é a vertente da corrupção, onde só alguns são os previlegiados!. (Of course, the years passed and today, almost six dozen years have passed and to us, it seemed to us that it was “beforeyesterday”, such are the images that appear to us of these new States, where the struggle continues, now for a simple bowl of rice, added to the new aspect, which is the aspect of corruption, where only a few are the privileged)!.

Tony Borie, Século XXI. (Tony Borie, 21st Century).

 

 

 

One thought on “…antesdontem!. (Beforeyesterday)!.

  1. Tony, um grande abraço amigo. Tens razão, estes gajos, não têm outro nome, retiraram de qualquer maneira, abandonaram quem esteve com Portugal, que deu como resultado muitas centenas de mortos, claro falo da Guiné. A ganância do poder, deu para que o país caisse numa pobreza sem igual, das piores do mundo, mas claro alguns estão cheios de massa. Enfim foram estes cabrões, os politicos que ainda continuam a gozar este pobre povo português, além de terem lixado os povos das ex-colonias. Pode ser que ainda isto dê uma volta e se implante a verdadeira democracia.. Fomos enganados pelos militares na altura do 25-4-74, não queriam o bem dos povos ultramarinos, o que eles queriam e conseguiram, foi não dar o corpo para a guerra, coisa que não se compreende porque era a sua profissão, nós milicianos é que não tinhamos nada com o assunto. Até outro dia amigo Roger

    Tony Borie – Pieces of my life escreveu no dia sábado, 22/08/2020 à(s) 09:40:

    > tonisaborie posted: ” …antesdontem!. (Beforeyesterday)!. …já não nos > lembramos se foi ontem ou “antesdontem”, (às vezes dá jeito escrever como > se fala, porque no computador, as letras estão mais próximas do nossos já > frágeis dedos), que Sua Excelência o Presidente da Re” >

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